quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PESQUISA ESTADUAL: Governistas criticam índices de violência



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Roberto Mesquita diz que os dados sobre a violência são assustadores
MARÍLIA CAMELO
Deputados cobram a aplicação de mais verbas em projetos voltados para a população mais carente do Ceará.

Dados da pesquisa informando que 63% das vítimas de homicídio em Fortaleza são jovens, todos entre 15 e 29 anos, destacada, ontem pelo Diário do Nordeste, chamou a atenção de parlamentares na Assembleia Legislativa. Para o deputado Roberto Mesquita (PV), o resultado daquele trabalho é assustador.

Conforme a pesquisa, o perfil da maioria das vítimas de homicídios são de jovens, solteiros, em idade produtiva, negros e com baixa renda e escolaridade. O levantamento apresentado mapeou todos os bairros de Fortaleza, entre os anos de 2007 e 2009, e mostrou que mais de 2.300 homicídios, cerca de 74.800 roubos, além de 16.900 casos de lesão corporal ocorreram em apenas três anos na Capital cearense.

Foi em 2007, lembrou Roberto Mesquita, que o Ronda do Quarteirão entrou em atividade. No início, destaca, o projeto mostrou uma queda grande nos indicadores de violência, mas logo em seguida, atesta, a sensação de segurança passou e os índices alarmantes de violência continuam a "assustar o cidadão cearense".

O parlamentar destacou um dos pontos levantados pela pesquisa, de que certos locais em Fortaleza precisam, urgentemente, de políticas públicas na área da segurança, como é o caso, citou, dos lugares relacionados às Regionais V e VI, onde está localizado, por exemplo, o bairro Bom Jardim.

Recursos
Conforme o deputado estadual Roberto Mesquita, o bairro conta com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que está parado por falta de recursos. Desde o começo do ano, o Governo Federal não passa a verba.

Na visão do parlamentar, tais condições exigem algumas tomadas de decisões, como a suspensão temporária de projetos como o Acquario, com custo de R$ 250 milhões, e o Centro de Feiras e Eventos, orçado em R$ 400 milhões.

Roberto Mesquita argumenta que, no momento, a prioridade deveria ser a segurança, até porque Fortaleza se prepara para ser uma das subsedes da Copa de 2014 e, portanto, deve reverter índices de violência.

Mesquita pediu ainda ao governador Cid Gomes atenção a um projeto de indicação, de autoria do deputado, que sugere a criação de um fundo estadual de combate às drogas. A verba para o fundo viria de 1% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), o que renderia, segundo o deputado, R$ 70 milhões por ano, sendo quase R$ 6 milhões por mês.

Welington Landim (PSB) observa que o resultado da pesquisa da Fundação da Universidade Estadual di Ceará (Funece) é a maior prova de que há discriminação com a pobreza, com a falta de estudo e com quem mora na periferia.

Para ele, não há outro caminho que não a educação para a mudar a realidade. Por isso, Landim defende a criação de escolas de qualidade, em tempo integral, para afastar os jovens das drogas e da violência.